E tomou Moisés a tenda, e a estendeu para si fora do arraial, desviada longe do arraial, e chamou-lhe a tenda da congregação. E aconteceu que todo aquele que buscava o SENHOR saía à tenda da congregação, que estava fora do arraial. E acontecia que, saindo Moisés à tenda, todo o povo se levantava, e cada um ficava em pé à porta da sua tenda; e olhava para Moisés pelas costas, até ele entrar na tenda. E sucedia que, entrando Moisés na tenda, descia a coluna de nuvem, e punha-se à porta da tenda; e o SENHOR falava com Moisés. E, vendo todo o povo a coluna de nuvem que estava à porta da tenda, todo o povo se levantava e cada um, à porta da sua tenda, adorava. E falava o SENHOR a Moisés face a face, como qualquer fala com o seu amigo; depois tornava-se ao arraial; mas o seu servidor, o jovem Josué, filho de Num, nunca se apartava do meio da tenda.
Êxodo 33.7-11
Nossa jornada de fé deve ter como finalidade uma mente centrada em Deus. Este é o segredo fundamental da saúde da nossa alma.  Precisamos ser orientados a reorganizar constantemente nossos pensamentos e condutas. Pois, a humanidade foi criada à imagem de Deus, mas caiu, mediante a busca do conhecimento moral, em maneira contraria a vontade de Deus. Como resultado, seu senso moral se inutilizou (Ef 4.17-18). Precisa ser recriado em Cristo, que é a imagem de Deus (2Co 5.17; Gl 6.15; Cl 1.15). Desta forma, esse novo homem recupera sua capacidade de juízo moral.
No texto bíblico acima, fica claro que Josué está desenvolvendo a sua relação com Deus. Observe que Moisés se retira da tenda do diálogo com Deus com uma mensagem para comunicar ao povo. Ele era único em falar com Deus “face a face”, e Josué, era o primeiro a ser instruído quanto à realidade de Deus na sua glória por meio de Moisés. Assim, o ato de não se ausentar da tenda, demonstrava que aquele aprendiz, antes de tudo, queria ser como seu mestre. Tornar progressivamente mais manifesta a glória de Deus, como derivativo de seu mestre. À medida que Moisés exemplifica em humanidade e autentica a glória de Deus, Josué julga a importância de também expressá-la.
O jovem lider espera contemplar o agir de Deus na vida humana do seu mestre. Assim, ele pode aprender que Deus não é um ser abstrato e despersonalizado, mas alguém que se deixa conhecer, de quem se ouve a voz e entra em comunhão com ele. De fato, discipulado implica em imitação; moldar-se a um novo padrão de comportamento, onde os traços de caráter e espiritualidade passam a ser reproduzidos no discípulo. É isto que Josué experimentou ao seguir Moisés. Sua condição de seguidor era ser caminhante, permanecendo ao lado. Assim, tanto o mestre como o aprendiz, oferecem parte de seu tempo para o diálogo. Por isto a conversa precisa ser direta, abrangente, afetiva e humana. Todo encontro deve ser um encontro pessoal com a marca da complementaridade da diversidade das personalidades.
Então, que relação devemos estabelecer na jornada cristã?
·  Relacionamentos comprometidos com a perspectiva de tornar possível o conhecimento da vontade de Deus e a superação do sossego de inquietações da mente. O resultado dependerá do tempo.
·  Imitar como busca de consolo piedoso e edificante, uma relação misteriosa da existência.
·  Repetir, repetir, repetir. Um novo tipo de fé e de confiança que se instaura com diuturna vivencia prática.
A cada passo da jornada do discipulado se exige crer e esperar, amadurecer e caminhar. Seguir a Jesus sem esmorecer é o apelo mais radical da jornada cristã. Neste sentido, a vida se movimenta e se estrutura com uma força motivacional especifica que ilumina, dá colorido original para o ser e fazer discípulos de Jesus. Ser discípulo quando se tem pela frente uma longa obediência na mesma direção, requer sempre recriar, criar de novo, reinventar o mesmo traçado. Reproduzir, produzir de novo, pela força e unção do Espírito Santo, em outro contexto histórico.